
Quantos como eu não conheceram já, e muitas vezes , esta necessidade, relativizar,mas de verdade.
Quantos, por sentirem necessidade de o fazerem, não se vêm bastas vezes confrontados com a problemática de relativizar a relativização?
E já viram, por este andar, onde iriamos aterrar conceptualmente, onde iriamos de facto chegar?
Mas, contudo, eu não deixo de me assumir cada dia mais defensor ( seguidor mesmo) desta prática, razão em contrário, não podendo recorrer a esta muleta, muitos acontecimentos/eventos diários tomariam seguramente proporções "desproporcionados", e sempre encontrariamos uma razão, nomeadamente, para estarmos aborrecidos, nos sentirmos maltratados ou mesmo ofendidos, ou ainda - e mais grave - descrentes tout court!!!
Eu penso que quer gostemos muito ou não, quer seja mais confortável e "agradável" pensar de forma contrária,não é hoje muito simples ser de outra forma, encarar os espaços vivenciados com este pré-diagnóstico.
Claro que eu também já acreditei mais nas pessoas em geral, já esperei muito mais delas,mas não é menos verdade que não é de agora que reconheço à minha volta,em geral, muito poucos interesses , humanamente falando.
Caretisse, quiçá, mas acredito mais em cru e assertivo realismo e objectividade.
Não acham anti-natura termos que saber viver com tudo e com todos?
Mas porquê, a que título? A comunhão plena na comunidade perfeita?!
Claro que é por isso, por essas razões que pessoalmente sou empurrado para essa prática, a relativização, razão em contrário, o dia-á-dia tornar-se-ia mais difícil de digerir, e transformar a passagem de mais 24 horas das nossas vidas em algo minimamente positivo,justificado.
Nem que as ondas aumentem de tamanho, e os ventos se juntem para ajudar, jamais navegarei nestes preceitos posturais, misto de invejas, inseguranças, vazios e pobreza de espirito.
Mais, tenho um omnipresente sinal luminoso, em vermelho ( uma cor que me causa sempre desagrado,srsrsr), para que não "durma" na parada!!!
Corial seria afirmar que da parte se toma o todo, e de um ou mais exemplos, se transferem sensações que podem raiar perigosamente a sempre insensata generalização, massificação da palavra e das ideias.
Um dia , há alguns anos, ouvi de um "psi" num programa de televisão, algo sobre a importância para o nosso equilibrio emocional a nível de gestão de relações, que era importantíssimo quando,a determinada altura do nosso auto-conhecimento, nos apercebiamos que não gostavamos de determinada pessoa e, mais importante, óbvio, porquê.
Dessa forma, desde então, e quando me deparo com uma situação em que possa ter que julgar, opinar, sentir, sempre tento fazer estas observações da forma que a mim, leigo, me sejam o mais "científica" e isenta possíveis.
E depois, chegado a ese ponto de topográfica e geodésica assertividade, aí confesso, não há nada a fazer para mudar.
Já não cabem a tolerância, a compreensão, a desculpa, e lá me volto para a minha companheira de todos os dias ,"a relativização", a quem agradeço muito a companhia e presenças nestes últimos tempos de passagem atenta.
E cada dia que passa mais penso "nela", mais recorro a "ela".
Será um sinal dos tempos?