sexta-feira, 23 de julho de 2010

Num dia de Sol, e apesar do Sol.

Bar do M., zona da caixa, momento exacto do pagamento.
Tiro a nota, cinco euros, e chegava, eu sabia,apesar de ser um local caro.
Enquanto a empregada fazia a conta, para me dar o troco, e levanto o olhar sobre o ombro direito…e, lá vêm as duas sombras quase sempre brancas, sempre iguais, coladas.
Vejo um flash, não percebo.


Volto a olhar, agora menos discretamente, e eis que confirmo que de facto “um(a) de entre os dois” estava de facto a fotografar o espaço , pois não estava mais ninguém no espaço, apenas eu que entretanto já bebia um sumo de laranja, e hoje , sim hoje não resisti ao pastel de nata.
Parecem estas frases perdidas, sem razão, irradiadas de preocupações terceiras, mas é que ainda não cheguei ao mais fundo.


Não é que atrás dessa máquina, dessa pessoa que a empunhava acima daquele feio nariz empinado, um outro vulto, o outro branco vulto, cabisbaixa, na passada, qual tal militar, se movimenta num rodopiar igual, um passo atrás, não mais do que um!
E foi isto, para trás, tcha, mais uma flashada, e toca a virar.


A primeira "bamboleava-se" nas curvas duras , falsas de vã feminilidade, seguida por atormentada perspectiva daquela que noutras ocasiões se enche de ser gente.


Santo Deus, ao que as pessoas chegam, por não quererem ser apenas e só pessoas, viverem e deixarem viver, assumindo-se, usufruírem sem complexos, sem a arrogante soberba do vazio, do pouco mais do que nada, sem invejasssssssss!!!
E assim como entraram, se evaporaram, mas ao fundo, desfrutava-se a mesma imagem, o mesmo movimento, o mesmo lamento interior, aquela ideia de vivência pela partilha condicionada.
O juízo não é final, mas “não há no mundo nem nunca haverá” que me cale na minha existência…


Observo sim, e relato, ainda que saiba quão mais confortável é não "ver" tanto!

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